Potência e Poesia em Ravel

Na noite de 8 de março, o público presente foi brindado com um espetáculo inesquecível: um concerto gratuito que celebrou não apenas os 150 anos de nascimento de Maurice Ravel, mas também o Dia Internacional da Mulher, com uma programação artística que uniu excelência musical, reflexão e representatividade. Um dos momentos mais marcantes da noite foi a interpretação da soprano Tati Helene, que emocionou a plateia com uma leitura poderosa e sensível da obra Shéhérazade de Ravel.

Sob a regência do maestro Carlos dos Prazeres, a apresentação foi uma ode à arte como espaço de comunhão e paz. A escolha da obra Shéhérazade, com suas paisagens sonoras exóticas e harmonias ousadas, revelou não apenas o gênio orquestral de Ravel, mas também o impressionante alcance vocal e interpretativo de Tati Helene. Em sua performance, a soprano navegou com elegância pelas cores e nuances da peça, dando vida à figura lendária da contadora de histórias do Oriente, símbolo de inteligência, sensibilidade e resistência feminina.

Mais do que uma exibição de virtuosismo técnico, a interpretação de Tati Helene destacou-se por sua profundidade emocional e domínio cênico. Com timbre envolvente e fraseado refinado, ela guiou a audiência por paisagens líricas de sonho, mistério e beleza, reafirmando a força da voz feminina como instrumento de arte e expressão. O site Planeta Paz comentou em sua crítica que “a brilhante soprano Tati Helene encantou a plateia com sua interpretação deslumbrante de “Shéhérazade”, de Maurice Ravel.”

A noite também contou com a execução do célebre Bolero, de Ravel — ícone da persistência e da construção musical —, fechando o concerto com a mesma intensidade crescente que guiou toda a programação.

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