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Helene arrebata crítica em Belo Horizonte

Leonardo Marques do site movimento.com esteve na estreia do Holandês Errante (Der fliegende Holländer – Wagner) no Palácio das Artes em Belo Horizonte e destaca fortemente a performance de Helene em sua crítica da produção. Leia trechos abaixo:

Tati Helene (Senta) Foto: Paulo Lacerda

“Dois momentos fundamentais da encenação merecem ser mencionados, ambos localizados no centro nevrálgico da obra, no segundo ato. O primeiro momento ocorre quando Senta canta a sua Balada: na visão do diretor, este solo da soprano é a “pedra fundamental” da ópera, ao revelar uma mulher “que não se encaixa em seu mundo”, que experimenta a angústia da existência em meio a uma “sociedade burguesa alienada”. É difícil não concordar com o encenador quando ele aponta Senta como a protagonista da obra e constrói esta cena com grande sensibilidade, especialmente por ter à sua disposição uma cantora completa, que mergulhou de cabeça na personagem, como veremos mais adiante.

O segundo grande momento dá-se pouco depois, no dueto do Holandês com Senta. Pablo Maritano primeiro afasta os protagonistas, para, aos poucos, aproximá-los à medida que o dueto evolui. É uma solução simples, mas ao mesmo tempo inteligente, que se mostra bastante eficaz pela capacidade dos solistas de expressar uma intensidade contida. Paulatinamente, os dois cantores abandonam essa contenção, para se entregarem ao arrebatamento em outra passagem marcante.”

Tati Helene (Senta) e Hernan Iturralde (Holländer)

“A soprano Tati Helene não ficou atrás. A artista encarnou com precisão e sensibilidade a “pedra fundamental” da obra na visão do encenador Pablo Maritano. Sua Senta, desde que apareceu no começo do segundo ato um tanto alheia ao que acontece à sua volta, absorta em um mundo só dela, longe das preocupações prosaicas da sociedade em que vive, dominou o palco com grande magnetismo. A solidez da sua interpretação cênica e a qualidade da sua performance vocal resultaram no trabalho mais gratificante que se pôde observar neste Holandês Errante. Segura, Helene embarcou na proposta da direção e apresentou um trabalho irrepreensível, dando vida a uma criança/mulher que amadurece em poucos minutos, expressando angústia, piedade, arrebatamento e uma firmeza de propósito inabalável em sua inegociável decisão de ser a fiel redentora do Holandês.

Desde a Balada do segundo ato, Johohohe! Johohohe!, passando pelos duetos com Erik e, sobretudo, com o Holandês, e até o sacrifício final de sua personagem, a voz da soprano apresentou-se bela e fluente através da sua precisa afinação e da sua técnica apurada, que lhe permitiu sempre uma emissão límpida e bem projetada, mas não desprovida de nuances. Entre a Senta que ela havia interpretado há alguns anos no Theatro da Paz, em Belém, e esta agora de Belo Horizonte, há um nítido crescimento artístico.”

Já Nelson Rubens Kunze do site concerto.com assistiu uma das últimas récitas e também destacou a participação de Helene:  “Senta foi feita pela soprano Tati Helene, com voz clara e sonora, especialmente na região dos agudos.”. (Leia a crítica na íntegra aqui.)

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